quinta-feira, 20 de março de 2014

REFUTANDO O PRÉ-TRIBULACIONISMO – PARTE 3


O PRÉ-TRIBULACIONISMO VERSUS A CRONOLOGIA BÍBLICA

No último artigo, falamos a respeito da origem do pré-tribulacionismo. Por mais de 1800 anos, nunca ninguém havia dividido a vinda do Senhor Jesus em duas partes: uma secreta e outra pública. Começaremos agora a estudar a cronologia escatológica apresentada pela Bíblia, para então constatarmos se, no relato bíblico, eventos como uma vinda secreta de Cristo e um arrebatamento pré-tribulacionista se encaixam na narrativa apresentada pelos apóstolos.

A ESCATOLOGIA DE JESUS CRISTO

A primeira Escritura que analisaremos é Mateus 24:15-33, que relata os eventos escatológicos narrados na ordem que o Senhor Jesus nos descreve. Leia o texto e acompanhe a sequencia:
1) Aparece o Anticristo (Mateus 24:15)
2) Advertências contra o engano (falsos cristos) e para a fuga durante o período de uma “grande tribulação, como desde o princípio do mundo até agora não tem havido e nem haverá jamais” (vv. 16-27).
3) Após a tribulação, “o sol escurecerá, a lua não dará a sua claridade, as estrelas cairão do firmamento, e os poderes dos céus serão abalados” (v. 29)
4) Nosso Senhor aparece em glória, diante de todos (v. 30).
5) E ele enviará os seus anjos, com grande clamor de trombeta, os quais reunirão os seus escolhidos, dos quatro ventos, de uma a outra extremidade dos céus.
A narrativa escatológica acima não menciona nenhuma volta secreta do Senhor Jesus. Muito pelo contrário, fala de somente uma única vinda, e esta será visível a todos. Vemos também que os santos são recolhidos após o aparecimento do Anticristo e após o período da Grande Tribulação.
Até o momento, somente encontramos menção a uma única vinda de Cristo e um único arrebatamento, ambos ocorrendo após a tribulação.

A ESCATOLOGIA DOS APÓSTOLOS PAULO E JOÃO

… num momento, num abrir e fechar de olhos, ao ressoar da última trombeta. A trombeta soará, os mortos ressuscitarão incorruptíveis, e nós seremos transformados. Porque é necessário que este corpo corruptível se revista da incorruptibilidade, e que o corpo mortal se revista da imortalidade. (1 Coríntios 15:52-53 – grifos acrescentados)
Paulo nos ensina que antes do arrebatamento e glorificação de nossos corpos, os mortos em Cristo devem ressuscitar primeiro. Ele confirma esta sequencia no verso abaixo:
Ora, ainda vos declaramos, por palavra do Senhor, isto: nós, os vivos, os que ficarmos até à vinda do Senhor, de modo algum precederemos os que dormem. Porquanto o Senhor mesmo, dada a sua palavra de ordem, ouvida a voz do arcanjo, e ressoada a trombeta de Deus, descerá dos céus, e os mortos em Cristo ressuscitarão primeiro; depois, nós, os vivos, os que ficarmos, seremos arrebatados juntamente com eles, entre nuvens, para o encontro do Senhor nos ares, e, assim, estaremos para sempre com o Senhor. (1 Ts 4:15-17 – grifos acrescentados)
Acompanhemos a sequencia dos eventos descritos acima;
1) Brada o arcanjo, a trombeta é tocada;
2) Cristo desce dos céus;
3) Os mortos em Cristo são ressuscitados;
4) Os discípulos que estiverem vivos são arrebatados para o encontro com o Senhor nos ares.
De acordo com a passagem acima, Cristo volta de maneira nada discreta: com grande brado e ao som da trombeta. É um evento que será visto por todos. Mais uma vez, nada se fala a respeito de uma vinda secreta. Em segundo lugar, de acordo com Paulo, antes que o arrebatamento ocorra, os santos que já morreram em Cristo precisam ressuscitar primeiro. Este evento, por si só, já situa o arrebatamento após o término da Grande Tribulação, como João nos esclarece:
E vi tronos; e assentaram-se sobre eles, e foi-lhes dado o poder de julgar; e vi as almas daqueles que foram degolados pelo testemunho de Jesus, e pela palavra de Deus, e que não adoraram a besta, nem a sua imagem, e não receberam o sinal em suas testas nem em suas mãos; e viveram, e reinaram com Cristo durante mil anos. Mas os outros mortos não reviveram, até que os mil anos se acabaram. Esta é a primeira ressurreição. Bem-aventurado e santo aquele que tem parte na primeira ressurreição; sobre estes não tem poder a segunda morte; mas serão sacerdotes de Deus e de Cristo, e reinarão com ele mil anos. (Ap 20:4-6 – grifos acrescentados)
A sequencia de João é clara:
1) Os santos passam pela tribulação (não há nenhuma menção prévia a este capítulo de um arrebatamento anterior ao eventos registrados no v. 4)
2) A ressurreição dos santos em Cristo após a tribulação é chamada de a primeira ressurreição.
De acordo com João, haverá somente duas ressurreições: a dos justos e a dos ímpios (após o Milênio). Se Paulo nos ensina que o arrebatamento ocorrerá somente após a ressurreição dos justos, e a primeira ressurreição ocorrerá somente após a Grande Tribulação, então obrigatoriamente o arrebatamento dos santos necessita ocorrer após a Grande Tribulação.
Não há nas Escrituras nenhuma menção a duas vindas do Senhor (uma secreta e uma pública) e a um arrebatamento que preceda a tribulação. Ambas as coisas aparecem na Bíblia como um evento único, após a Tribulação. Na sustentação de seu postulado, o dispensacionalismo contradiz a cronologia escatológica claramente exposta no texto bíblico. O pré-tribulacionismo implica em um arrebatamento anterior à primeira ressurreição descrita em Ap. 16 (que se dá após a tribulação), o que contraria a premissa de Paulo de que “de modo algum precederemos os que dormem”.
Fonte: http://paoevinho.org.

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