O APARTHEID DISPENSACIONALISTA
Proeminentes
ministérios pré-tribulacionistas defendem uma teologia que aparentemente
favorece o povo judeu e o Estado de Israel. Os pré-tribulacionistas, em sua
maioria, são pró-sionismo e entendem que Deus ainda tem contas a acertar com a
semente natural de Abrãao antes do fim, ao contrário dos adeptos da Teologia da
Substituição, que pregam que a Igreja substituiu Israel.
Ironicamente,
este favoritismo termina no início da Grande Tribulação que, de acordo com o
dispensacionalismo, durará sete anos. O pensamento pré-tribulacionista é o de
que a Igreja será poupada da Grande Tribulação. Ela será recolhida da terra e
somente a partir de então é que Deus passará a lidar com Israel. O
pré-tribulacionismo dita que enquanto a Noiva desfruta do Noivo nas regiões
celestiais, os judeus e mais um bando de crentes “meia-boca” estarão na terra
fritando no óleo da ira de Deus por sete anos.
Em
primeiro lugar, como explicado em O Pré-tribulacionismo versus A Cronologia Bíblica (http://geracaodafigueira.blogspot.com.br/2014/03/refutando-o-pre-tribulacionismo-parte-3.html#more), não há evidências bíblicas que
embasem a crença de que o arrebatamento dos santos se dará antes da tribulação.
Em segundo lugar, as Escrituras nos ensinam que Cristo reconciliou judeus e
gentios em um só Corpo, por meio da cruz (Ef. 2:11-22). Para o Senhor, há
somente um povo, e não dois: o Israel de Deus, formados por judeus e gentios
que foram salvos da ira divina (o inferno) pelos méritos de Cristo.
Há
uma relação sutil entre a Teologia da Substituição, o Pré-tribulacionismo e o
histórico antissemitismo cristão. Ainda que, a princípio, o pré-tribulacionismo
favoreça Israel, no final acaba deslizando no mesmo lodo de antissemitismo em
que sucumbe o Substitucionismo, ao criar um apartheid teológico que eleva a
Igreja acima dos judeus e desfavoreça Israel no final dos tempos – sem nenhum
embasamento bíblico.
Se
todos nós, judeus e gentios cristãos, clamamos ter Abraão como pai (Rm 4:16),
porque então há entre nós aqueles que se comprometem com uma teologia
contraditória que decreta nossa independência da comunidade de Israel,
arrogantemente crendo que o Messias virá “somente para a Igreja”, como se
tivéssemos algum privilégio com relação aos judeus? Não encerrou Deus a todos
debaixo da desobediência, a fim de usar de misericórdia para com todos (Rm
11:32)? Onde, então, se embasa tamanha jactância?
Quanta
pretensão!!! Foram aos gentios que foram dadas primeiramente a adoção, e a
glória, e os pactos, e a promulgação da lei, e o culto, e as promessas (Rm.
9:4)? Não. Quando nossos antepassados ainda estavam adorando ídolos, os judeus
já há muito tempo eram os guardiões destas verdades. Trocou Deus de povo ou
rejeitou os judeus? Não (Rm 11:1). Por que, então, tamanha jactância, que eleva
a Igreja a um nível de favorecimento com relação ao povo de Israel? Se
fomos de fato fomos unidos à comunidade de Israel, pela cruz, Deus não vê e não
lida com dois povos distintos. Antes, promoverá a restauração, tapando esta
lacuna histórica que se desenvolveu entre judeus e cristãos, cancelando o
divórcio entre judeus soberbos e cristãos presunçosos que, contrariando o
mandamento apostólico, presumem-se em si mesmos (Rm 11:1-32).
Se
acompanharmos a história de Israel moderno e os avivamentos na Igreja ocorridos
no século XIX e XX, não há como chegarmos a uma conclusão diferente: a de que
os caminhos de Israel e da Igreja se cruzarão novamente antes do Dia
Final. Todo vale será aterrado e todo monte nivelado, antes que a Glória
do Senhor seja derramada sobre a terra e antes que toda a carne veja a salvação
de Deus (Is 40:4, Lc 3:5-6). Judeus soberbos e gentios presunçosos se
encontrarão no final dos tempos e juntos compartilharão a Glória da Noiva que o
Messias virá buscar (Ef. 5:27).
Fonte:
www.paoevinho.org
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