AMANDO ISRAEL COM SABEDORIA E EQUILÍBRIO
Romanos 11.28, 29: “Assim que, quanto ao evangelho, são inimigos por
causa de vós; mas, quanto à eleição, amados por causa dos pais. Porque os dons
e a vocação de Deus são irrevogáveis."
Artigo cristão escrito por Eguinaldo Hélio Souza
O tema Israel, apesar de tudo, ainda é tema
controverso no meio cristão. Os embates teológicos em torno do assunto, desde a
posse da terra até seu papel no plano divino continuam presentes. O ambiente
evangélico ainda permanece dividido. Isso não nos deve assustar. O preço de
nossa liberdade (de pensamento) é a falta de unanimidade.
A solução seria uma
imposição vinda de cima por alguém ou por um grupo que determinasse nossa fé e
nossas práticas e isso nós não queremos, pois conhecemos as consequências.
Teremos de aprender a respeitar em meio às discordâncias e a defender com
sabedoria e graça nossas posições. Cada um esteja seguro no seu próprio
entendimento. (Romanos 14.5)
Há algo novo, entretanto. Durante centenas de anos
(sim, centenas!), os judeus foram unanimemente rejeitados, na teologia e na
prática. Palavras e atos cruéis foram lançados contra eles. E isso tudo em nome
de Cristo! Todavia, a liberdade de interpretar as Escrituras levou muitos a
rever seus conceitos e o resultado foi o surgimento de uma corrente que entende
o papel do Israel étnico de maneira diferente e procura expressar seu amor e
apoio ao povo judeu de modo prático. Hoje, milhões de cristãos valorizam, oram,
defendem e se colocam à favor dos judeus. Quem conhece história sabe que isso é
novo na história do Ocidente.
Os grupos pró-Israel cantam hinos hebraicos,
escrevem livros sobre o assunto, publicam artigos, fazem conferências, visitam
Jerusalém, usam camisetas e bótons característicos, colocam a bandeira de
Israel em suas igrejas. Alguns vão mais longe. Usam símbolos do judaísmo como o
mezuzah, o kipah e talith e outros. Tocam o shofar. Ainda há àqueles que se
orgulham de sua ascendência judaica ou mesmo assumem sua judaidade integralmente.
Lamentavelmente alguns, no extremo do movimento, fazem submergir os valores
cristãos em um judaísmo distorcido e não bíblico.
Tudo isso faz parte do processo. Dizem que no ano
em que Colombo descobriu a América (1492), os reis espanhóis descobriram os
judeus. E utilizando a Inquisição confiscaram seus bens, utilizando sua riqueza
na guerra contra os mouros. Nós cristãos também temos descoberto os judeus e
nessa descoberta temos procurado corrigir quase dois milênios de injustiças,
maus tratos e mesmo distorções e negações teológicas.
Temos querido dar a eles um lugar de honra que lhes
é devido (Romanos 15.27). Afinal, nosso Deus é o Deus de Israel, nossas
Escrituras foram-lhe primeiramente confiadas (Romanos 3.1, 2) e nosso Messias é
na verdade o Messias judaico (Romanos 9.5) para citar apenas algumas das
preciosidades que herdamos deles.
Nessa ânsia, não é surpresa que exageros e
extremismos surjam. Quem nunca comeu melado quando come se lambuza já dizia o
ditado. O pensamento humano é um pêndulo que vai de um extremo a outro com
muita facilidade. Diversos movimentos dentro do cristianismo tiveram suas alas
extremistas que muitas vezes puseram em perigo todo o movimento. Judaizantes e
israelizantes surgiram como uma expressão extremada do apoio a Israel e não há
nada de novo nesse comportamento e tendência.
O cristianismo histórico nunca amou aos judeus.
Muito antes de Cristóstomo cunhar o termo “deícidas” eles já eram odiados. E
depois disso o ódio e agressão a eles recebeu justificação teológica. Agora que
a Igreja começa a amá-los e entender seu lugar no Plano, não devemos permitir
que a atitude de alguns que se perderam no processo nos leve a rejeitar essa
conquista.
Como vamos expressar nosso amor e interesse por
eles vai variar de pessoa para pessoa, de grupo para grupo, de tempo para
tempo. Uns darão mais destaque outros menos, mas ainda assim estarão entendendo
que não podem ficar passivos diante da verdade de que Deus ama Israel e por
isso nós também devemos amá-los.
Enganosamente fomos ensinados que sua rejeição ao
Evangelho resultou em sua definitiva rejeição por Deus e que aquele amor divino
direcionado a eles, registrado nas páginas dos livros do Antigo Testamento já
não existia mais. E de repente, as palavras da epístola aos romanos resplandeceram,
nossos olhos foram abertos e como Lutero descobriu Romanos 1.16, nós
descobrimos Romanos 11.28, 29:
Assim que, quanto ao evangelho, são inimigos por
causa de vós; mas, quanto à eleição, amados por causa dos pais. Porque os dons
e a vocação de Deus são irrevogáveis.
Usando uma paráfrase desse versículo que tenta
expressar tal ideia, lemos na Bíblia Viva:
Muitos judeus agora são inimigos do Evangelho. Eles
o odeiam. Isso, porém, tem sido um beneficio para vocês, pois teve como
conseqüência Deus dar os seus dons a vocês, os gentios. Entretanto, os judeus
ainda são amados por Deus, por causa de suas promessas a Abraão, Isaque e Jacó.
Pois os dons de Deus e o seu chamado nunca podem
ser revogados. Ele nunca voltará atrás em suas promessas.
A Igreja não deve perder seu amor por Israel mesmo
que esse amor leve muitos a excessos. Temos apenas de cuidar em amá-los com
sabedoria e equilíbrio.
FONTE:http://artigos.gospelprime.com.br/amando-israel-com-sabedoria-e-equilibrio/http://surfandonoassude.wordpress.com/2013/04/23/amando-israel-com-sabedoria-e-equilibrio/#more-3111
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